«Fórum da
Água: BEM PÚBLICO OU NEGÓCIO?» promovido pelo Movimento Cidadania Democrática –
MCD
Realizou-se no passado 14 de maio em Tentúgal,
Montemor-o-Velho, o «Fórum da Água: BEM PÚBLICO OU NEGÓCIO?» promovido pelo
Movimento Cidadania Democrática – MCD.
Foi uma sessão pública de
esclarecimento, aprofundamento de conhecimentos e debate de ideias, bastante
participada, que contou com a intervenção de várias individualidades nacionais,
que investigam ou conhecem bem o tema.
Participaram presencialmente
Mário Frota, Ventura Leite, Joaquim Couto, António Arruda, Jaime Pereira dos
Santos, Diogo Cabrita, Artur Cordeiro, Jorge Fael e Pinheiro de Castro. Por
vídeo conferência participaram José Roquette, Paulo de Morais, Humberto Rocha e
Armando Maia. Foi moderadora Paula Veiga, apresentadores Carlos Magalhães e
Paulo Alves, relator Bruno Monarca. Encerrou os trabalhos Fernando Pereira,
presidente do MCD - Movimento de Cidadania Democrática que organizou o evento.
Invariavelmente constata-se que
sempre que a gestão das águas e dos resíduos é entregue a empresas não
municipalizadas, que apenas visam o lucro, os preços que os consumidores pagam
é inflacionado para valores, por vezes, escandalosos e não é acompanhada com a
boa prestação de serviço público que devia ser prestada!
Esta situação originou
contestação social nacional, que em muitos casos tem obrigado à reversão destes
processos, com a remunicipalização dos serviços de abastecimento de água.
«Criam-se mitos para a escassez água, para depois
justificar a apropriação do bem, a fim de ser negociado e gerar lucros a
privados!
Com:
- a sua má utilização, fruto dos desperdícios excessivos
e dos maus hábitos de consumo ou da poluição, quer a nível individual, por cada
cidadão, quer ao nível das atividades económicas, em que a agricultura e a
indústria ocupam lugar de destaque;
- o não aproveitamento das águas utilizadas, para fins
que não exijam a sua potabilidade;
- o não aproveitamento das águas pluviais, um hábito
antigo que se perdeu; o MCD sugere aos municípios a criação dum regulamento que
aconselhe a existência de mecanismos de retenção destas águas em cada habitação
dos munícipes.
- o desvio dos veios freáticos, resultante das más
intervenções no subsolo;
- a má gestão dos recursos hídricos, com as sucessivas
violações dos pactos da península ibérica, que resultam no desvio dos recursos
hídricos comuns a Portugal e Espanha.» - foi alegado na conclusão da sessão.
«Identificados os problemas
parecem óbvias as soluções, com a reversão de todos os fatores que estão na sua
origem. Não parece difícil. Haja vontade para a sua (urgente) reversão, o que
passará pela rotura com os interesses, económicos e políticos, que lhe dão
origem» - acrescentam.
Os próximos passos são pedir
audiências parlamentares aos grupos parlamentares existentes na AR e uma
audiência ao Presidente da República, porque “A água potável é um bem público
finito e inestimável, que não pode ser privatizado e deve ser gerido e
preservado com rigor, transparência e sustentabilidade.” mensagem deixada pelo
presidente honorário do MCD e presidente da Câmara Municipal de Coimbra José
Manuel Silva.
Fontes:
https://mcd.pt/programa-do-forum-da-agua/
https://www.minhodigital.com/news/forum-agua-bem-publico-ou-0
Autor:
Carlos Magalhães
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