17 junho 2024

notícia Jornal Trevim

O Jornal Trevim, na sua edição n.º 1537 de 13 de junho, publicou dois artigos de interesse, cujo conteúdo divulgamos neste Blog. 

 

Tribunal proíbe madeireiro de cortar em áreas municipais

Por: Soraia Santos

O Tribunal da Lousã aceitou a providência cautelar interposta pela Câmara contra uma empresa de Góis para suspender o corte raso de árvores junto a Casal Novo, Vaqueirinho e Chiqueiro, em terrenos do município, disse Ricardo Fernandes na reunião do executivo de 3 de junho.


Na sequência da audiência de 20 de maio, aquela firma “ficou impedida de cortar nessas propriedades até ao término do processo, que tem a ver com o corte de madeiras, mas também com danos ambientais”, informou o vereador.


“Temos cerca de 150 hectares naquela zona, terrenos que são da Câmara, mas são de índole privada”, adiantou posteriormente ao Trevim, indicando que a proibição de corte até ao julgamento, em setembro, aplica-se apenas a propriedades da autarquia, “o que não impede a empresa de andar a cortar” noutras.


Além do ressarcimento pela madeira extraída até à data, o município exige uma compensação por danos ambientais, incluindo erosão dos solos e estragos em percursos pedestres.


A providência foi interposta em fevereiro passado, tendo na altura a Câmara avançado também com um embargo administrativo e uma denúncia por abertura indevida de caminhos.


Talasnal pede travão ao abate de árvores

Associação ouvida na Assembleia da República

Por: Soraia Santos

A Associação de Recuperação do Talasnal foi recebida, no dia 29 de maio, pela Comissão Parlamentar de Ambiente e Energia a propósito do abate de árvores na Serra da Lousã, pedindo alterações legislativas que impeçam cortes rasos.


A audiência, disponível no site do canal do parlamento (ARTV), foi a resposta a um “pedido de socorro” da associação, representada por Dinis Cascão, Jorge Gomes, Maria Ferreira Sousa e Maria João Gomes, contra operações florestais que têm sido efetuadas em áreas junto ao lugar serrano.


“Isto é uma calamidade, há linhas de água e ecossistemas a proteger, a topografia não permite cortes rasos, os declives são acentuados, há deslizamento de terras”, disse Jorge Gomes, apresentando um mapa das zonas intervencionadas e mais documentação, preparada com o apoio da Câmara da Lousã. Dos 897 hectares que compõem a Área Integrada da Gestão da Paisagem, “142 sofreram corte raso, o que é inadmissível” e “em terrenos municipais, foram cortados 75 hectares sem autorização”, afirmou. Defendendo que as operações “vão contra” o que estabelecido para a Rede Natura

2000, a associação reivindicou “que se adicione um artigo para proibir cortes rasos”.

Erosão dos solos, proliferação de espécies invasoras e diminuição dos lençóis freáticos foram algumas das consequências referidas por Dinis Cascão, que pediu “maior coerência na dinâmica legislativa por parte das entidades que regem as florestas e o ambiente”, nomeadamente o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

“Pedimos para fazer um desaterro para apoio a uma zona de estacionamento na aldeia e recebemos parecer positivo. No entanto, não poderíamos fazer qualquer movimento de terras entre março e junho por causa da preservação de habitats, isto com hectares à volta completamente destruídos, estradas abertas por tudo quanto é sítio e caminhos pedestres que receberam fundos comunitários desfeitos”, lamentou o presidente

da associação. Além da proibição de cortes rasos, o grupo pediu “a verificação do que é vendido e do que é comprado, a criação de uma plataforma informática que faça a ligação entre o cadastro e os manifestos do ICNF e planos de reflorestação sempre que haja cortes deste tipo”, disse Jorge Gomes.

Neste contexto, “continua a não haver por parte da Administração Pública resposta aos cidadãos, o que é obrigatório”, expôs ainda Maria Ferreira Sousa.

Na audiência parlamentar, intervieram os deputados Raquel Ferreira (PS), António Machado (PSD), Rita Matias (Chega) e Joana Cordeiro (Iniciativa Liberal), estando ausentes representantes do BE, PCP, Livre e PAN.

“Vai agora ser disponibilizada uma súmula a todos os partidos, que podem tomar a iniciativa que bem entenderem. Acho que há aqui mais do que matéria para mostrarem serviço”, disse, no final da sessão, o deputado Salvador Malheiro (PSD), que preside à comissão.



Jornal Trevim Edição n.º 1537 de 13 de junho


“Como se pode chamar renovável a um recurso que precisa de meio século para se repor?”

  Centro PINUS Investigação denuncia queima de madeira de pinho Out. 21. 2024 No Dia Internacional da Ação sobre Biomassa em Grande Escala r...