já há 10 anos atrás (em 2013) afirmava António Borges,
Instituto
das Florestas defende arborização da serra da Lousã
Góis, 05
jun 2013 (Lusa) - Um representante do Instituto da Conservação da Natureza e
das Florestas (ICNF) defendeu hoje a arborização da serra da Lousã
como um dos recursos que "não estão devidamente" aproveitados.
"Vocês
deviam valorizar mais estes recursos endógenos", disse António
Borges, em Góis, ao intervir na I Conferência sobre a Serra da Lousã, promovida
pela Lousitânia - Liga de Amigos da Serra da Lousã.
Para o
dirigente do ICNF, "há um conjunto de valores que a serra encerra",
a começar pelas espécies autóctones, num maciço montanhoso,
que "produz diariamente milhares de toneladas de matéria
orgânica".
No
entanto, "são os incêndios que levam regularmente" este recurso
natural.
António
Borges realçou que também a produção de cogumelos e a caça
"ninguém aproveita" na região.
"Lanço
aqui um repto a uma entidade que nos faça uma proposta para gerir este recurso",
afirmou.
António
Borges foi um dos oradores do debate "Poder político, turismo e
desenvolvimento regional/local: balanço e novas oportunidades para a serra da
Lousã".
O
presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro
(CCDRC), Pedro Saraiva, disse que importa adotar "soluções de gestão
integrada" desta montanha, um objetivo que nas últimas décadas tem sido
preconizado por autarquias e outras entidades públicas.
"Que
tipo de entidade gestora pode dar este salto qualitativo?", perguntou,
perante uma plateia que chegou a integrar quase uma centena de pessoas, entre
autarcas, empresários, técnicos e dirigentes associativos.
Pedro
Machado, presidente da Entidade Regional de Turismo Centro de Portugal,
demarcou-se da "excessiva litoralização" da atividade turística, na
região e no país, e preconizou um reforço da "valorização do território
do interior", através de projetos a realizar com financiamentos do
próximo Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN, 2014-2020).
Machado
deu o exemplo do turismo religioso, em Fátima, cujo santuário é visitado
anualmente por milhões de pessoas, e defendeu que é necessário" fazer com
que esses fluxos venham a este território" de baixa densidade demográfica.
Na
primeira mesa-redonda, usaram ainda da palavra o geógrafo Paulo de Carvalho,
investigador e docente da Universidade de Coimbra, que moderou o debate, o
presidente da Lousitânia, Paulo Silva, e os presidentes de seis dos sete
municípios abrangidos pela serra da Lousã, que se estende pelos distritos de
Coimbra e Leiria.
Intervieram
os autarcas Lurdes Castanheira (Góis), Luís Antunes (Lousã), Fátima
Ramos (Miranda do Corvo), Fernando Lopes (Castanheira de Pera), Rui Silva
(Figueiró dos Vinhos), João Marques (Pedrógão Grande) e Luís Matias
(vice-presidente da Câmara de Penela).
Artur
Côrte-Real e Miguel Ventura, em representação da direção regional da Cultura e
da Associação de Desenvolvimento Integrado da Beira Serra (ADIBER),
respetivamente, foram outros dos oradores da conferência.
Depois de
o autarca Rui Silva ter enaltecido as potencialidades de agregação
multimunicipal do Encontro de Povos da Serra da Lousã, que desde 1997
acontece no recinto do Santo António da Neve, Paulo Silva e Miguel Ventura
propuseram que a iniciativa seja adotada como "Dia da Serra da
Lousã".
O
encontro, cuja 17.ª edição está marcada para 13 de julho, é promovido por três
jornais (Trevim, A Comarca de Figueiró e Mirante) e pela associação Caperarte.
Data:5
Junho 2013
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